Deusa dos Raios

Deu um clarão no céu
As nuvens se esconderam
Mais derrepente, deu uma ventania
Era a Deusa dos Raios Ynasã que aparecia

Linda como ouro na cor
Sua coroa é cravejada de brilhantes

Ô Ieparrêi, Ieparrêi Oya
Ilumina meus caminhos por onde eu passar

Ogum dá ao homem o segredo do ferro




Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogun, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogun pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogun de que material era feito tão resistente facão. Ogun respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogun pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogun para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogun aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogun pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogun lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua ança de ferro. Mas, apesar de Ogun ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogun se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogun banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam deOgun o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogun. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogun. Ogun é o senhor do ferro para sempre.

YEMANJÁ SOBÁ

Yemanjá, deusa das águas claras rainha das ondas sereia do mar
Flores brancas na areia para oferta a mamãe sereia
Uma estrela no céu brilhou, as ondas na areia chegou levando as flores para o mar
Ô...Yemanjá, as ondas vieram buscar as flores que vim lhe ofertar
Ô...Yemanjá, as ondas vieram buscar as flores que vim lhe ofertar
Ô Yemanjá, Yemanjá Sobá
Ô Yemanjá, Yemanjá Sobá

SILENCIO !!!



Dia na semana: Segunda-feira
Dia no ano: 16 de Agosto e 2 de Novembro
Ferramentas: Xaxará , lança, lagdibá
Domínios na natureza: Terra, interior da terra, pestes...
Domínios no homem: Vida e morte, doenças epidêmicas, cura para doenças, saúde.
Local: Gruta, a pedra furada. Cemitério.
Cor: Branco e Preto para Obaluiaê e Preto/branco/vermelho para Omulú.
Saudação: Atotô Ajuberô!

É o Orixá da terra, do interior da terra, que conhece seus fundamentos, seus segredos.
É o Orixá da saúde, da doença, da vida, da morte.
É Orixá que cura, é Orixá que mata.

A relação entre o interior da terra e os mortos é nítida, a terra come os mortos,
os transforma em pó novamente daí sua ligação a Obaluiaê, O dono da Morte e da Vida.

É Orixá do mistério, que cobre o rosto com o filá de palha-da-costa (aze), pois ninguém
pode olhar diretamente para ele, ninguém olha fixamente o sol, ninguém olha fixamente
Obaluiaê.

Omulú esconde o que os olhos humanos não devem ver.
O segredo da morte. Omulú venceu a morte, venceu Ikú.
É ele quem tem os segredos do renascimento.

Pra breves esclarecimentos. Diz uma lenda:

"Omulú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia.
Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê."